Dança da união
Ela estava a passear no parque , que na primavera fora belo , e que agora com o fim do outono e com o decorrer do inverno gélido , se tornara triste. As árvore sem folhas , os arbustos despidos sem as sem as suas belas flores e sem as suas minusculas folhas suaves , o chão era quem agarrava todos esses vestígios que ali indicavam que em tempos tinha existido vida naquele espaço natural .
Apercebeu-se de que ela , fazia parte daqueles vestígios já secos e em de composição. Á medida que avançava no percurso do seu passeio , milhões de lágrimas invadiram os seus olhos , deixando-os vermelhos e inchados. Derrepente caiu de joelhos no chão e passado cerca de cinco minutos sentiu uma mão no seu ombro esquerdo, virou.se para ver aquem pertencia ,aquela mão desconhecida.
Era de um rapaz loiro , alto e que tinha os olhos como ela , vermelhos e inchados ainda com lágrimas a escorrem-lhe pelo rosto . O seu rosto estava sem expressão , mas via-se nitidamente que ele olhava para a rapariga ajoelhada, ela levantou a custo para ficar frente a frente com aquele rapaz desconhecido.
Olharam-se sem prenunciar uma única palavra , e assim , sem mais nem menos , o rapaz abraça a rapariga.
Os seus braços davam aquela rapariga , segurança , conforto e uma estranha sensação de bem estar .
Os olhos de ambos fecharam-se ao mesmo tempo , agarraram-se um ao outro com mais força , parecia até que tinham medo de que quando se , separassem os seus mundos, aparentemente iguais , desaparecessem .
Mantiveram-se agarrados durante quase meia hora e depois viraram costas um ao outro , sempre sem prenunciarem uma palavra , começaram a andar ao mesmo tempo , mas em direcções opostas.
Todo aquele tempo que estiveram agarrados , parecia que os tinha posto em completa sintonia.
Cada um andou cerca de quatro metros e meio sempre sem olhar para trás , pararam derrepente , voltaram-se lentamente, olharam-se um minuto ou dois , e correram velozmente para os braços de cada um . Abraçaram-se novamente , mas desta vez não foi como a primeira .
O vento entoava uma leve melodia , enquanto eles tocavam no rosto .
Ela sentiu a suave pele do rapaz e quando parou de na pele passou a ponta dos dedos pelos seus lábios carnudos do rapaz que conseguiam ser mais suaves que a própria pele.
Depois de ela o ter tocado , ele levantou a sua mão lentamente e tirou os cabelos que o vento tinha empurrado para o rosto da rapariga , com a ponta dos dedos fechou-lhe os olhos , para que ela se concentra-se no toque , passou os dedos pelos lábios de leve tom de cor-de-rosa , e encostou a sua testa á dela , ficaram assim durante trinta segundos , depois , com o rosto voltado para o chão , juntaram as suas mão - a direita - e começaram a dançar juntamente , com as folhas que pareciam já não ter vida mas que agora dançavam ao sabor do vento.
A rapariga rodopiada como as bonequinhas das caixas de música , enquanto o rapaz a segurava pela mão mantendo-lhe o equilibriu.
Ele agarrou-a suave mente pela cintura e ergueu-a , enquanto o vento fazia com que os cabelos dela dançassem também. Rodopiaram juntos , fizeram uma vénia frente a frente , aproximaram-se um do outro até ficarem a poucos milímetros um do outro , olharam-se nos olhos e depois os seus lábios uniram-se. Quando os separaram os seus lábios , ouviram-se inúmeras palmas e imensos assobios , eles pareciam ser os únicos a não ouvirem aquela multidão que os observava já á bastante tempo .
A primeira vez que falaram , as suas palavras saíram um pouco roucas e ao mesmo tempo.
As primeiras palavras que dirigiram um ao outro foram :
" Finalmente encontrei... AMO-TE. "
( O AMOR É CEGO SURDO E MUDO , a maior parte das vezes...)